Sílvio França

Entra ano, sai ano e as coisas (na política conquistense) permanecem “tudo como dantes no Quartel de Abrantes”. Mesmo antiga, essa frase que surgiu por volta do século 19 na cidade de Abrantes – Portugal, retrata bem como anda (ou não anda) as vicissitudes políticas no nosso querido Sertão da Ressaca. Evidentemente que se tratando dos partidos políticos expostos no título dessa matéria, evidencia-se um desejo de protagonizar o próximo pleito de 2012. Quer seja o PSB, que tem aventando os nomes dos médicos Joás Meira e Elve Cardoso, quer seja o PC do B, cujo front estabelecido figura as figuras (me perdoem a redundância) do atual Deputado Estadual Jean Fabrício e do Secretário Municipal de Serviços Públicos Miguel Felício, que coincidentemente é irmão de Gildelson Felício, Secretário de Cultura e Presidente do PSB, “concorrente” direto do PC do B, e até mesmo (porque não) os “verdes” do PV, com as pré-candidaturas do atual Vereador Beto Gonçalves e do Forrozeiro Edgar Mão Branca.

Protagonizar nunca foi fácil. Embora seja o sonho (ou desejo) de quem se arvora a liderar alguma coisa. Na política não é diferente, pelo contrário, é exatamente assim. Ela (a política) é feita, as vezes mal feita, de protagonistas e coadjuvantes. Para um coadjuvante virar protagonista existem três caminhos básicos. Na verdade existem um milhão de caminhos, mas vamos nos ater apenas a três. Primeiro: encontrar um padrinho poderoso que esteja disposto a ajudá-lo; segundo: que o papel de protagonista caia do céu no seu colo; e terceiro: trocar de lugar com o atual protagonista. Voltando à nossa política e após essa pequena (e exdrúxula) analogia, podemos eliminar os dois primeiros caminhos, pois nenhum dos três partidos possuem “padrinhos” tão poderosos a ponto de mudar os ventos, e certamente não vislumbram o céu como uma “Porta da Esperança”. Desse modo, resta ao povo conquistense e aos “três mosqueteiros políticos” o terceiro caminho: tomar (por vias democráticas, é claro!) o papel de protagonista exercido desde a era cretácea pelo PT.

Desde 1997 (o ano que não terminou), o PT “lidera” folgadamente seus “aliados”, com maestria, jogo de cintura e uma certa dose de arrogância do Prefeito atual. A pergunta que não quer calar (desculpem o clichê) é: numa (im)possível aliança, dos três mosqueteiros – PSB, PCdoB e PV quem será o vice de quem? Viu como o vice é importante! Ainda que seja para definir quem não o será.

Entrementes…  assim como Abrantes, do General Jean Androche Junot, braço direito de Napoleão nada temia, assim o PT (quase) nada teme. Primeiro porque a oposição não existe, e se existe alguém por favor me diga. Segundo porque a vaidade política ainda fala mais forte que uma possível aliança dos chamados partidos da base. Base? Que base? Ah…  à base do PT.

Conhece aquela frase que diz: “cão que ladra, não morde”? Pois é! Enquanto as vaidades políticas (ou não) e coisas do tipo “farinha pouca, meu pirão primeiro” persistirem, o Partido dos Trabalhadores alcançará outra era glacial no poder.

Não que eu tenha algo contra o PT, aliás, nem a favor. O papel que lhe cabe é este: perpetuar-se no poder, de preferência como protagonista. O nosso é lutar para criar um novo roteiro e assim podermos assistir a filmes diversos e não somente o mesmo, da mesma cor e com as mesmas legendas.

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