REDE BAHIA | G1

Peça foi encontrada durante construção de quadra de esportes em Tanhaçu. Iphan encaminhou técnico para local e diz que ainda não tem como especular. Pode ter sido de escravos ou de uma tribo Tupi que habitou o local há 1.500 anos.

Um artefato histórico tem chamado atenção e atraído muita gente para o povoado de Tucum, no município de Tanhaçu, a 499 km de Salvador. De acordo com Carlito Augusto Oliveira, presidente da Associação das Comunidades Quilombolas de Tanhaçu, uma peça de cerâmica com aproximadamente dois metros de profundidade foi encontrada por operários durante uma obra da prefeitura da cidade para a construção de uma quadra de esportes na última quarta-feira (3).

A promotora do Tribunal de Justiça em Tanhaçu, Soraya Meira Chaves, solicitou a suspensão da obra no local para que a peça encontrada seja avaliada por especialistas. “A peça foi encontrada por operários da obra em um processo de escavação. Pedi a suspensão com o intuito de preservar o artefato porque é um indicativo de uma peça arqueológica”, explica a promotora.

Segundo Soraya, o local onde a cerâmica foi encontrada é uma área quilombola. Foi solicitado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) na Bahia, que uma equipe do órgão faça uma avaliação na peça para identificar a origem do material.

O presidente da Associação de Comunidades Quilombolas de Tanhaçu informou que o objeto foi isolado com uma cerca de cerâmica para evitar que a peça seja danificada, já que muitas pessoas estão indo visitar o artefato. “Isso não é uma coisa comum, é a primeira vez que vejo isso aqui. Tá vindo muita gente ver o artefato, nós temos pressa na avaliação”, completa.

Suspeita é de que artefato tenha sido de escravos ou tupis há cerca de 1.500 anos

Para Oliveira, mesmo sem uma confirmação de estudiosos, detalhes do artefato, como pinturas rupestres e o desenho de uma espécie de mapa, são indícios de que a peça pertencia a escravos ou tupis que habitaram o local há cerca de 1.500 anos.

De acordo com Mateus Morbeck, chefe de gabinete do Iphan-BA, o instituto foi informado sobre o aparecimento da peça no final da semana e uma equipe do órgão foi enviada a Tanhaçu nesta segunda-feira (8). “Deslocamos uma equipe para identificar o material e indicar as providências. Todo material arqueológco é patrimônio nacional, são peças de cerâmica e no máximo na quarta-feira (10) saberemos do que se trata. Por enquanto, não há como especular”, esclarece.

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