Do G1 BA

A Gruta do Padre com mais de 16 km de extensão, um lugar de rara beleza, cenário que a natureza levou milhares de anos para esculpir.

A gruta histórica fica localizada em Santana, município no oeste do estado da Bahia. Para chegar lá, a aventura começa atravessando de carro uma pastagem, e depois num pequeno caminho no meio do mato vai abrindo caminho para a gruta.

Logo de entrada ela se apresenta de forma imponente, nos primeiros metros já dá para avistar o primeiro andar abaixo do nível da terra e as piscinas de água azul chamam a atenção. A coloração é dada por causa da presença da calcita um mineral encontrado em rochas calcárias como as da gruta.

A partir daí começa a parte difícil da aventura: são vinte metros de descida pelas pedras até chegar a um pavilhão.

É o segundo andar subterrâneo onde ao lado existe um grande túnel, que para seguir, só com iluminação artificial. As dificuldades aumentam. Primeiro com a travessia de uma pequena piscina subterrânea que armazena água da chuva.

A Gruta do Padre foi descoberta em 1914 por um padre que procurava mel nas colmeias que costumam ficar nas rochas. “Até a década de 50, aqui era assim, um local de peregrinação religiosa, as pessoas viam pagar promessas, aí ela caiu no esquecimento por um bom tempo”, segundo o guia turístico, Evânio Santos.

Só com a iluminação do capacete, pode-se perceber o quanto é escura a caverna. Para caminhar é preciso ter agilidade, a cada metro que se avança fica mais quente. Pouco a pouco aparecem galerias que foram formadas pela água da chuva que escorre para dentro da rocha. No chão as esculturas variadas são resultado de milhares de anos de gotejamento de água com calcita.

gruta do padre na bahia (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Gruta do padre tem esse nome porque um padre
procurava mel nas colmeias próximas a gruta
(Foto: Reprodução/TV Bahia)

Mais de uma hora depois de muita caminhada descendo e subindo pelas pedras da Gruta do Padre, chega-se ao salão de estalactites. São 50 metros de profundidade do ponto de entrada da gruta e aproximadamente uns 500 metros de caminhada.

“Eles conseguiram catalogar aqui 15 km, hoje ela tem aproximadamente 17, então na época foi um recorde. Eles ficaram vinte e um dias infiltrados na gruta sem sair para nada. Quando eles saíram, eles relataram que tiveram que sair a noite, por causa do brilho intenso do sol. Saíram a tardezinha, e aí, eles encontraram espécies que até então eram desconhecidas aqui dentro. Tinham alguns peixes cegos que só sobreviviam aqui dentro”, afirma Santos.

Até agora não existe projeto de preservação da gruta pelos órgãos públicos, mas quem visita o lugar reconhece a necessidade de manter esse tesouro da natureza ainda intacto.

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