Especial para o G1, em Londres

Não é preciso muito esforço para achar brasileiros no meio da multidão que se acotovela na rota por onde passa a procissão do casamento real em Londres. Turistas ou residentes do Reino Unido, muitos acordaram no meio da madrugada desta sexta-feira (29) para tentar ver alguma coisa do evento que comemora o enlace do príncipe William, segundo na linha de sucessão do trono britânico, com Kate Middleton, após cerca de nove anos de namoro.

“Desde criança que sonho com o príncipe William. E, agora que ele está se casando, não poderia perder isso por nada. É um conto de fadas. Mesmo que a gente não consiga ver muito, já vai ter valido a pena”, diz a brasiliense Gil Walker, 29 anos, que é casada há três com um inglês. Ela acordou as 3h da manhã (23h no horário de Brasília) para pegar o trem de Briton, cidade onde mora, até Londres.

“Levamos só uma hora, mas o problema foi que nos informaram errado e pegamos o outro trem, mais caro, e tivemos que pagar outra passagem”, conta Juliana Di Colli, 24, que veio com a amiga. Pelo engano, a companhia prometeu reembolsá-las, mas, mesmo que o dinheiro não venha, elas não se importam. “É tudo de bom estar aqui, nem acredito. É a minha primeira vez na Europa e eu sempre via pela televisão esses grandes acontecimentos. Desta vez, estou aqui para ver com meus próprios olhos”, anima-se Juliana, que chegou na cidade há apenas 15 dias. As duas foram acompanhadas da sobrinha de Gil, Barbara Salomão, 14 anos, que entende bem o português, mas, por ter vindo com a família aos dois anos de idade ao Reino Unido, não fala quase nada do idioma.

Quem também estava ali perto do palácio de Buckingham para ver a festa eram os amigos Karita Luisa da Silva, 33, grávida de quatro meses, e o casal Renato de Oliveira Gonçalves, 33, e Dayse Michele Menezes, 32. “A festa em si já é divertida”, afirma Gonçalves, que chegou por volta das 7h. Isoladas com grade de proteção, as calçadas nas avenidas por onde os noivos vão desfilar estão tomadas de gente. E, a cada banda de música ou carro oficial que passa, a gritaria toma conta da massa humana, que agita bandeirolas freneticamente. O movimento intenso contrasta com a calmaria no restante da cidade, que, por ser um dia de feriado, amanheceu às moscas.

A vendedora Luísa Vera, 22 anos, saiu às 7h de casa com as amigas Danielle Maria Conceição, 23, e Brenda Torres, 20, todas de Teresina (PI), para disputar um lugar em algum pedaço de calçada. Apesar do esforço, Luisa não conseguirá ficar até o fim da cerimônia, que começa às 11h e deve durar uma hora. “Sairei daqui às 11h30, porque entro no trabalho ás 12h”. Mas e o feriado? “É que trabalho numa loja de souvenires, e, então, não tem jeito, iremos abrir para aproveitar os turistas”, diz ela, conformada.

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