Mariacelia Vieira/Tribuna
O dinheiro não foi pago e o crime denunciado ao Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP) que encaminhou o trabalho para a Corregedoria da Polícia Civil. Segundo a corregedora Iracema Silva de Jesus, são 30 dias de prisão provisória, podendo ampliar para mais 30 e o inquérito segue depois para a Justiça.
Os três investigadores são lotados na Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), e foram encaminhados para a Corregedoria da Polícia Civil, onde permanecem.
De acordo com as investigações, os suspeitos teriam abordado a vítima, que não teve seu nome revelado, forçando um flagrante de estelionato e tráfico de drogas. Para que não houvesse registro, os agentes teriam exigido, a principio, a quantia de R$50 mil, reduzindo posteriormente para R$10 mil.
Segundo denúncia, sessões de ameaças e agressões foram vividas pela vítima que tentou negociar afirmando que teria apenas R$ 500, sendo por isso algemado e colocado numa viatura, onde teria ficado por mais de quatro horas.
Durante o período que esteve com os policiais, a vítima afirma que circulou pelo Subúrbio Ferroviário, bairros como IAPI, Pau Miúdo e Pirajá até que os investigadores resolveram liberá-lo com o propósito de que em duas horas conseguisse os R$10 mil que seriam o passaporte de liberdade para o empresário e toda a família. A promessa era morte para ele e toda a família caso não cumprisse o acordo ou denunciasse o grupo.
Por força da Lei da Magistratura, a juíza responsável pelo caso não pôde dar detalhes do trabalho. A Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça esclareceu que o caso corre em segredo de Justiça por solicitação da própria polícia.
EXONERAÇÃO – De acordo com a corregedora Iracema Silva de Jesus, os três policiais poderão ser exonerados, caso ao final do inquérito administrativo disciplinar instaurado, decida pela gravidade do ato.
“No momento estamos formalizando o inquérito. A prisão temporária é por 30 dias, e, por se tratar de um crime hediondo podemos, solicitar mais 30 dias. Sendo colocados em liberdade ficarão à disposição da Justiça até a finalização do processo”, esclareceu.
A corregedora negou que haja outras denúncias contra os três policiais presos. Lousado, o rapaz estaria sendo usado para a quadrilha alcançar o traficante que lhe fornecia a droga para que também fosse alvo de extorsão. O nome do traficante não foi revelado.