Leidiane Brandão/Tribuna

O sargento reformado Arginoel José da Silva Junior, 35 anos, e sua ex-esposa e também soldado Sara Reis dos Santos, 31 anos, foram mortos no início da noite de ontem, por volta das 18 horas, no pátio de um lava jato, na Via Regional, nas proximidades do Barradão.
Os PMs estavam dentro de um veículo Siena preto de placa JRE-1385, em companhia do filho de 9 anos, que foi ferido de raspão na perna. Arginoel foi atingido por cerca de 15 tiros de pistola e fuzil. As paredes e portas do lava jato estavam com várias marcas de tiros.
De acordo com relatos de um funcionário do estabelecimento que preferiu o anonimato, ele estava na porta do lava jato, quando as vítimas pararam o carro. Em seguida, outros dois veículos não identificados, com vários homens, chegaram ao local atirando. Arginoel morreu dentro do carro. Já Sara, que dirigia o veículo, chegou a correr para uma sala do local, sendo atingida por outros tiros.
 
Após efetuar os disparos, os assassinos fugiram em alta velocidade. “Estava na porta do lava jato quando os três veículos chegaram. Em seguida ouvi os disparos. A criança saiu correndo pedindo socorro. Foi horrível. Deu para perceber que eles já estavam sendo seguidos”, disse o rapaz.

Após ser atingida, Sara foi socorrida por policiais militares ainda com vida para o Hospital São Rafael, morrendo por volta das 20 horas. Ela trabalhava na 23ª CIPM de Tancredo Neves, e, ontem, estava de folga.

De acordo com informações de uma irmã de Arginoel que não quis se identificar, o sargento morava na Ilha, em Mar Grande, e estava em Salvador visitando a mãe no bairro de Cajazeiras. Segundo ela, ele teria levado o filho para visitar a mãe.

Ao lado do corpo, a mãe do sargento, Maria Lúcia, entrou em estado de choque. “Não queria enterrar meu filho desse jeito. Ele não merecia morrer assim”, lamentava.

De acordo com o delegado Marcelo Tannus, da Delegacia de Homicídios (DH), que investiga as mortes, pelas características do crime, ele acredita que se trata de execução. “Nem a arma do sargento nem os pertences foram levados. Os assassinos já vieram para matar”, disse o delegado.

Em nota, o Departamento de Comunicação da Polícia Militar informou que o sargento, que estava afastado do trabalho, foi julgado incapaz para atividade policial militar e reformado pela Junta Médica, em janeiro de 2008, por problemas psiquiátricos. Consta ainda em seu registro que ele teria sido preso em flagrante em julho de 2008, por tráfico de drogas, e respondia a processo na 4ª Vara da Justiça Criminal por tráfico, e na 1ª Vara do Tribunal de Júri por crime contra a vida.

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