Lílian Machado / Tribuna

As especulações sobre 2012 são cada vez mais crescentes nos bastidores do município. O Partido Progressista que entra na administração do prefeito João Henrique na figura do novo chefe da Casa Civil, deputado federal João Leão, costura um novo alinhamento político para o pleito que deve ser o centro das atenções no próximo ano.

Crescem os rumores de que a sigla, que anteriormente tinha interesse em uma disputa direta pelo Palácio Thomé de Souza tendo à frente um membro da própria legenda, estaria agora a articular uma corrente de apoio a uma suposta candidatura do senador Walter Pinheiro (PT) a prefeito de Salvador.
 
A intenção seria a de emplacar Roberto Muniz (PP) no Senado, já que o ex-deputado estadual é suplente de Pinheiro.
Com essa estratégia, os progressistas, por conseqüuência, acabariam por acatar uma orientação do governador Jaques Wagner (PT), que deixou bem claro que deseja uma base unificada para as eleições municipais na capital baiana.
 
Fontes afirmam que o ingresso do PP no Executivo municipal despertou vertente de possíveis disputas no campo político, fazendo ressurgir, inclusive, o temor de um conflito com o PT parecido com o ocorrido com o PMDB em 2008.

Com a estratégia de apoiar Pinheiro, essas tendências seriam completamente extintas, o que agradaria em cheio ao governador.

Em seu discurso no último sábado, no evento que oficializou JH no PP, o gestor petista mandou o recado: “Espero que até 2012, se possível, a gente consiga costurar a unidade dentro da base de sustentação do governo. É claro que não posso impor, mas deixo aqui meu desejo”, disse durante pronunciamento.

Uma das principais vozes do partido, o secretário geral do PP Jabes Ribeiro negou o fato, considerado por ele “fruto de especulação”.  “Qualquer comentário sobre isso é produto muito pessoal, não ideia do partido”, desconversou.

Segundo ele, os desafios referentes a Salvador “são tão gigantescos que queremos capitalizar todas as energias para trabalhar pela cidade, que tem muitos problemas precisando de solução. Seria precipitado a uma altura dessas pensar em candidatura de Salvador. Roberto Muniz, que hoje é secretário do ministro Mário Negromonte, está muito feliz lá. Não há essa preocupação. Além do mais, essa decisão não é nossa, é do PT”, enfatizou.

Entretanto, conforme Jabes, como qualquer partido, o PP pretende crescer e eleger o maior número de prefeitos possível na Bahia.

“Onde tivermos prefeitos, houver viabilidade e uma aliança política, vamos trabalhar e buscar o apoio da base aliada. Da mesma forma, onde não tivermos vamos estar prontos para apoiarmos um candidato da base”, sinalizou.

Jonas Paulo  refuta possibilidade 

O presidente estadual do PT,  Jonas Paulo, rebateu as iniciativas referentes a uma possível campanha em torno do senador Walter Pinheiro para 2012.
Apesar de Pinheiro ser um dos nomes mais apontados ao Palácio Thomé de Souza no próximo ano, ao lado do correligionário, deputado federal, Nelson Pelegrino, o dirigente petista descartou a especulação dos nomes.

“Não existe candidatura de Walter Pinheiro, que é senador da Bahia, eleito com mais de 13 mil votos para cuidar dos interesses do povo da Bahia”.

Questionado sobre as possíveis articulações do PP, referente a uma campanha pró-Pinheiro, o presidente do PT mandou recado: “O PP pode sonhar o quiser. Ele tem todo direito de sonhar, mas Walter Pinheiro é imprescindível à engrenagem dos interesses do estado. Essa é uma responsabilidade nossa com a Bahia”, frisou.

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