Karina Baracho e Lucy Andrade/Tribuna

A chuva ainda não chegou a capital baiana, mas no interior do Estado a água já aflige muitos moradores, principalmente os que habitam em áreas de risco geológico. Na cidade de Itabuna, a 420 quilômetros de Salvador, um casal morreu soterrado e três crianças ficaram feridas depois de um deslizamento de terra no bairro de Maria Pinheiro, na madrugada de ontem.

De acordo com a Defesa Civil de Itabuna, o casal Renato Pereira Oliveira, 24 anos e Silmara Santos e Oliveira, 28 anos estava dormindo quando a terra cedeu e atingiu um reservatório de água que estava sobre a laje da residência e caiu sobre o imóvel. Os filhos das vítimas, de quatro, seis e oito anos, ficaram feridos e foram socorridos por vizinhos e levados ao Hospital Manoel Novaes.

Ainda conforme a Defesa Civil de Itabuna, a área onde estava localizada a residência da família tinha sido condenada e interditada há aproximadamente um ano. Porém, de acordo com informações do órgão, apenas três famílias seguiram as orientações e deixaram os imóveis com risco de desabamento. No final da manhã de ontem, engenheiros do órgão vistoriaram a área e interditaram cerca de 20 casas com risco de desabar a qualquer momento.

Pescadores em alerta– Conforme antecipado por esta Tribuna na edição de ontem, todo cuidado é pouco para os pescadores e marinheiros. De acordo com a meteorologista do Centro Estadual de Meteorologia da Bahia (Cemba), órgão ligado ao Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá), Maryfrance Diniz, o tempo vai ser de chuva e nebulosidade com ondas altas apenas na costa da Bahia.

 “Teremos uma área de baixa pressão, conhecida como ciclone, mais precisamente entre as áreas do norte de Minas Gerais e Sul da Bahia. Na Costa as ondas poderão chegar a três metros”, disse ela.

Conforme a meteorologista, nestas regiões a incidência de chuva será mais intensa. “Diferentemente de Salvador, que a incidência é de chuva fraca e moderada”, acrescentou Maryfrance, acalmando a população soteropolitana do risco de desastres geológicos na capital. Segundo ela, é de fundamental importância o cuidado e a prevenção. “O alerta maior porém é para a navegação”, lembrou.

Os pescadores já estão tomando todos os cuidados necessários e alguns barcos já estão sendo recolhidos. “Seguro morreu de velho. A previsão é de trovoada com ventos de noroeste e de oeste fortes. A indicação é de sair pra pescar  e voltar a tarde”, explicou o presidente da colônia de pescadores Z1 (Rio Vermelho), Marcelo Souza.

Conforme ele, as alterações climáticas influenciam diretamente na pesca. “Sempre que acontece uma alteração climática ou dentro do oceano, modifica completamente a atividade da cadeia alimentar da pesca. O marisco e o crustáceo sentem isso até mesmo com certa antecedência”, acrescentou, se referindo ao não sucesso nas empreitadas no mar.

A meteorologista acrescentou ainda que o ciclone não tem nada a ver com o tsunami que atingiu o Japão na última semana. “É uma situação totalmente diferente. O tsunami é relacionado as placas tectônicas que se movem, causando também o tremor e o Brasil está localizado sobre uma única placa tectônica, diferentemente do japão”, tranquilizou Maryfrance.

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