Jucelino Souza, da Sucursal de Vitória da Conquista

Os assaltos às agências de Formosa do Rio Preto e do Banco do Brasil de Macarani, a 599 km de Salvador, seguido de assalto aos caixas eletrônicos, na madrugada desta segunda-feira, 7, elevaram para 12 o número de ações criminosas contra bancos, bancários e clientes no interior da Bahia somente este ano.

Antes desses registros, bandidos fortemente armados aterrorizaram e levaram pânico aos municípios de Mairi, Mucugê, Iaçu, Abaíra, Poções, Piripá, Vitória da Conquista, Aracatu, Condeúba e Barra da Estiva. Os golpes vão desde a tradicional “saidinha bancária” até sequestro de funcionários e familiares; além de explosões e tiroteios.

O uso de reféns como “escudos humanos” também tem se tornado comum, como ocorreu em Macarani. Além de render dois vigilantes noturnos e se apossar dos seus celulares, os bandidos surpreenderam alguns transeuntes e mandaram que todos se deitassem na calçada.

Segundo o aposentado Emerson Luís Santos, que disse ter presenciado a ação dos bandidos em Macarani, o grupo era formado por cerca de oito homens, todos armados e encapuzados. A tranquilidade durante a madrugada, com pouca movimentação e sem nenhuma viatura em patrulha, favoreceu a ação do bando.

Santos disse que ficou oculto, protegido pela escuridão. “Não havia viatura e o movimento começa por volta das 6 horas, com a saída para o trabalho de operários do galpão da fábrica de calçados”, relatou.

De acordo com a testemunha, havia dois automóveis Fiat Mille próximos aos homens, que se reuniram no Largo de São Pedro, a poucos metros da agência. “Foi tudo rápido. Eles arrebentaram a porta de vidro, entraram e abriram o cofre. Havia chamas e um clarão lá dentro, como se usassem maçarico”, contou a testemunha.

Outro morador, que se identificou apenas como Lousinha, relatou que o assalto durou menos de meia hora. Segundo ele, um dos bandidos também tomou seu celular, obrigando-lhe a permanecer deitado junto aos demais reféns, sob a mira de uma arma, até que o assalto fosse concretizado. Lousinha relatou que ninguém foi agredido fisicamente, mas tiveram que ficar como “escudo”.

Um dos alarmes disparou assim que os assaltantes deixaram o prédio, conduzindo objetos similares a malotes e deixando os reféns para trás. A fuga foi em direção ao distrito de Nova Brasília, município de Ribeirão do Largo, nos mesmos veículos que estavam estacionados perto do banco.

A polícia foi acionada e localizou os dois veículos incendiados a 15 km da saída de Macarani. As primeiras apurações sustentam que o bando continuou a fuga numa picape Ranger, de cor preta. Ninguém foi preso até o momento. A agência continua fechada para os trabalhos de perícia e o montante roubado não foi informado pela gerência do BB. A Tarde

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