Tribuna / ALESSANDRA NASCIMENTO

 Uma equipe técnica formada por especialistas do Ibama e da Valec está atuando na solução de alternativas ao traçado da Ferrovia Oeste-Leste. A informação é do superintendente do Ibama na Bahia, Célio Costa Pinto, que revelou que o trecho entre Figueirópolis e Caetité estaria passando por readaptações devido à localização geográfica ser em cima de área de cavernas, o que mostra ser arriscada a construção de obras nesta área. Segundo Célio Costa Pinto, o trecho se encontra em fase de mapeamento.

 “O Ibama avaliou a viabilidade ambiental do empreendimento e emitiu a licença prévia com validade até 07 de abril de 2015 para os trechos que não iam de Caetité a Ilhéus. Os problemas relacionados ao traçado da Fiol envolvem segurança e estão sendo discutidas alternativas ao traçado. As discussões estão centradas em Brasília”, disse.

 

O trecho que tem sido alvo de discussões está situado na região do São Francisco, Oeste da Bahia e envolvem as cidades de Barreiras, São Félix do Coribe, Santa Maria da Vitória e São Desidério, localizadas na margem esquerda do rio São Francisco.

“Estamos analisando a situação, entretanto é imprescindível informar que há um decreto federal que classifica as cavernas brasileiras quanto a sua relevância. É o decreto numero 6640/2008 e ele assegura as cavernas, antes de mais nada, como um bem da União. Por este motivo estamos analisando as relevâncias das mesmas nas regiões em que os trechos passam por cima delas”, explica Costa Pinto.

Célio ressaltou que o trecho entre Riacho da Barroca, em Caetité, até a primeira travessia com o rio Almada, na Área de Preservação Permanente, em Ilhéus, já foi liberado para a obra. A Valec, estatal responsável pela obra, disse por meio da assessoria que a equipe técnica está buscando alternativas para atender as exigências do Ibama.
 
FIOL – A Ferrovia da Integração Oeste-Leste é considerada estratégica no campo logístico do país, pois irá dinamizar o escoamento da produção do estado da Bahia e servirá de ligação dessa região com outros polos do país, por intermédio de conexão com a Ferrovia Norte-Sul. Incluída entre as prioridades do PAC, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste terá 1.490 km de extensão e envolverá investimentos estimados em R$6 bilhões até 2012.

A ferrovia ligará as cidades de Ilhéus, Caetité e Barreiras – no estado da Bahia – a Figueirópolis, no estado do Tocantins, formando um corredor de transporte que otimizará a operação do Porto de Ponta da Tulha e ainda abrirá nova alternativa de logística para portos no norte do país atendidos pela Ferrovia Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás. 

A nova ferrovia deverá impactar na redução dos custos do transporte de insumos e produtos diversos, no aumento da competitividade dos produtos do agronegócio e na possibilidade de implantação de novos polos agroindustriais e de exploração de minérios, aproveitando sua conexão com a malha ferroviária nacional.

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