Do G1, em Brasília e em São Paulo

Luiz Inácio Lula da Silva não poderá usar sua emblemática frase “nunca antes na história deste país…” em relação às mulheres no comando dos ministérios. Cabe a Dilma Rousseff enaltecer o recorde feminino no primeiro escalão. Nesta quarta-feira (22), ela finalizou a definição dos responsáveis por cada uma das 37 pastas, secretarias ou órgãos com status ministerial. Elas ocuparão 9 postos. Antes, a marca pertencia a Lula no primeiro mandato: cinco ministras.

O G1 levantou o número de ministras nas equipes montadas para posse de todos os presidentes da República desde a abertura democrática. A reportagem também traçou o perfil do primeiro escalão de Dilma. A média de idade é de 56 anos. Direito é o curso superior mais comum. E São Paulo é o estado com mais representantes.

Miriam Belchior, Tereza Campello, Izabella Teixeira, Ideli Salvati, Luiza de Bairros, Ana de Hollanda, Maria do Rosário, Iriny Lopes e Helena Chagas são as mulheres escolhidas por Dilma para o primeiro escalão
Miriam Belchior, Tereza Campello, Izabella Teixeira, Ideli Salvati, Luiza de Bairros, Ana de Hollanda, Maria do Rosário, Iriny Lopes e Helena Chagas são as mulheres escolhidas por Dilma para o primeiro escalão (Foto: Arquivo/G1 Arquivo/Agência Brasil e Arquivo/Divulgação)

Ao longo da história recente, a cota de mulheres sofreu oscilações. O segundo mandato de Lula (2003-2006) começou com 4 mulheres no primeiro escalão, mantendo um espaço maior que o reservado em governos anteriores. No primeiro mandato, Fernando Henrique (1995-1998) entregou apenas o Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo para uma mulher: Dorothéa Werneck. Quatro anos depois, tomou posse para o segundo mandato (1999-2002) com três ministras em sua equipe: Anadyr de Mendonça Rodrigues (Controladoria-Geral da União), Cláudia Maria Costin (Secretaria de Estado de Administração e do Patrimônio) e Wanda Engel Aduan (Secretaria de Estado de Assistência Social).

No governo de Itamar Franco (1992-1994), a única mulher a assumir de fato uma pasta foi Luiza Erundina, que comandou a Secretaria de Administração Federal por 5 meses após a saída de Osiris de Azevedo. Já Fernando Collor (1990-1992) escolheu 2 mulheres. No Ministério da Ação Social assumiu Margarida Maia Procópio, enquanto no Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento esteve Zélia Cardoso de Mello.

Mas foi nos cinco anos de governo de José Sarney (1985-1990) que as mulheres tiveram a mais baixa representação. Apenas Dorothéa Fonseca atuou como interina no Ministério do Trabalho.

Ministros de Dilma
Entre os 37 ministros escolhidos pela presidente eleita Dilma Rousseff, 11 deles têm curso superior em Direito. A segunda formação mais comum é a de Economia, com cinco nomes, entre eles o ministro da Economia e o presidente do Banco Central.

Além disso, a maior parte da equipe ministerial nasceu no estado de São Paulo. Ao todo, 11 nasceram em cidades paulistas, sendo cinco na capital. Outros cinco ministros são gaúchos. A média de idade dos 37 ocupantes da equipe da petista é de 56 anos.

Pedro Novais (PMDB-MA), que foi escolhido para comandar o Ministério do Turismo, é o mais velho do grupo, com 80 anos. Outro peemedebista do Maranhão, Edison Lobão, que voltará a ocupar o cargo de ministro de Minas e Energia, tem 74.

Os dois mais jovens da equipe de Dilma são Alexandre Padilha (PT) e Orlando Silva Jr. (PC do B). Ambos têm 39 anos. No entanto Padilha é alguns meses mais novo. O futuro ministro da Saúde nasceu em setembro de 1971, e o do Esporte, em maio do mesmo ano.

Confira a divisão por partidos e veja os perfis:

PT
Alexandre Padilha (PT) – Ministério da Saúde
Fernando Pimentel (PT) – Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Fernando Haddad (PT) – Educação
Aloizio Mercadante (PT) – Ciência e Tecnologia
Ideli Salvatti (PT-SC) – Ministério da Pesca
Maria do Rosário (PT-RS) – Secretaria de Direitos Humanos
Paulo Bernardo (PT-PR) – Ministério das Comunicações
Antonio Palocci (PT-SP) – Casa Civil da Presidência
Gilberto Carvalho (PT-SP) – Secretaria-Geral da Presidência
José Eduardo Cardozo (PT-SP) – Ministério da Justiça
Guido Mantega (PT-SP) – Ministério da Fazenda
Miriam Belchior (PT-SP) – Ministério do Planejamento
Luiza Helena de Bairros (PT) – Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial
Tereza Campello (PT) – Ministério do Desenvolvimento Social
Luiz Sérgio (PT-RJ) – Secretaria de Relações Institucionais
Afonso Bandeira Florence (PT-BA) – Desenvolvimento Agrário
Iriny Lopes (PT-ES) – Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres

PMDB
Nelson Jobim (PMDB) – Ministério da Defesa
Edison Lobão (PMDB-MA) – Ministério das Minas e Energia
Wagner Rossi (PMDB-SP) – Ministério da Agricultura
Pedro Novais (PMDB-MA) – Ministério do Turismo
Garibaldi Alves (PMDB-RN) – Ministério da Previdência
Moreira Franco (PMDB-RJ) – Secretaria de Assuntos Estratégicos

PSB
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) – Integração Nacional
Leônidas Cristino (PSB) – Secretaria Especial de Portos

PDT
Carlos Lupi (PDT) – Trabalho

PR
Alfredo Nascimento (PR-AM) – Ministério dos Transportes

PP
Mário Negromonte (PP) – Ministério das Cidades

PC do B
Orlando Silva Jr. (PC do B) – Ministério dos Esportes

Sem partido
Izabella Teixeira – Meio Ambiente
Ana de Hollanda – Ministério da Cultura
Helena Chagas – Secretaria de Comunicação Social
Alexandre Tombini – presidência do Banco Central
Luís Inácio de Lucena Adams – Advocacia Geral da União (AGU)
Antonio Patriota – Relações Exteriores
General José Elito Carvalho – Gabinete de Segurança Institucional
Jorge Hage – Controladoria-Geral da União (CGU)

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