Explosivos estavam dentro de impressoras endereçadas aos EUA

 Um ex-membro da Al-Qaeda ajudou as autoridades a descobrirem dois pacotes explosivos endereçados a sinagogas dos Estados Unidos, segundo informações obtidas pela BBC nesta segunda-feira.

 Os dois pacotes, interceptados na sexta-feira na Grã-Bretanha e em Dubai (Emirados Árabes Unidos), partiram do Iêmen e desencadearam alertas nos Estados Unidos, na Grã-Bretanha e no Oriente Médio.

 Um funcionário de alto escalão do governo britânico informou à BBC que o saudita Jabr Al-Faifi, que se entregou para autoridades sauditas há duas semanas, foi quem relatou a existência das bombas a autoridades sauditas.

 

O governo saudita, então, compartilhou as informações com os Estados Unidos, os Emirados e a Grã-Bretanha. A partir disso, foi possível identificar os pacotes explosivos, que não haviam sido detectados pela segurança aeroportuária do Iêmen e chegaram a estar em dois voos de passageiros da companhia aérea Qatar Airways.

Al-Faifi é um suposto ex-prisioneiro do centro de detenção de Guantánamo que, depois de ser libertado, foi recrutado pela Al-Qaeda no Iêmen. Ele entrou em contato com autoridades e forneceu a inteligência sobre as bombas em troca de permissão para voltar à Arábia Saudita e de não ser indiciado.

Suspeito

A suspeita da autoria dos explosivos recai sobre Ibrahim Hassan Al-Asiri, suposto fabricante de bombas e um dos líderes da Al-Qaeda na Península Arábica.

Ele teria organizado o ataque suicida contra o chefe do serviço secreto saudita, Prince Mohammed Bin Nayef, que sobreviveu. Neste atentado foi usado o mesmo tipo de explosivo encontrado nos pacotes, o PETN (tetranitrato de pentaeritrina).

Segundo a Qatar Airways, “os explosivos descobertos eram de uma natureza sofisticada, por isso não podiam ser identificados com raio-X ou por cães farejadores”.

O principal assessor da Presidência americana para assuntos de segurança nacional e contraterrorismo, John Brennan, afirmou que autoridades dos Estados Unidos acreditam que a mesma pessoa fabricou as bombas escondidas em impressoras e a bomba transportada em uma tentativa de ataque em dezembro de 2009 num voo entre Amsterdã e Detroit. O ataque frustrado trazia as marcas registradas da organização terrorista Al-Qaeda.

Brennan disse à rede americana ABC News que Al-Asiri é considerado “um indivíduo muito perigoso, treinado e experiente”.

“Agora, estamos tentando trabalhar com nossos parceiros no exterior para identificar todos os pacotes que saíram do Iêmen recentemente e checar se há mais pacotes suspeitos com explosivos por aí”, agregou Brennan.

No domingo, a estudante iemenita Hanan Al-Samawi, 22, detida como suspeita no caso, foi libertada pelas autoridades do Iêmen, que concluíram que a jovem teve sua identidade roubada por extremistas, que usaram seu nome para registrar os pacotes enviados aos Estados Unidos. BBC Brasil –

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