Em mais um vídeo polêmico, o deputado estadual Ary Rigo (PSDB) aponta o empresário Sizuo Uemura como financiador da campanha de Zeca do PT ao governo do Estado por meios fraudulentos. Os recursos viriam de um suposto esquema de superfaturamento de licitações de obras na Prefeitura de Dourados (MS), vencidas pela Construtora Vale Velho, empresa de Edson Freitas, em sociedade com Uemura.

 O vídeo de Rigo foi gravado por Eleandro Passaia no dia 12 de junho deste ano, no hotel Poti, em Maracajú, no interior do Estado. Passaia, jornalista, foi contemplado pelo sistema de ‘delação premiada’ da PF e resolveu denunciar o esquema de corrupção em licitações na Prefeitura de Dourados, sob o  comando de Ari Artuzi, atualmente preso.

Durante os dois governos de Zeca (1999-2006), a fraude nas licitações teria desviado mais de R$ 1,3 milhão dos cofres do Estado. As obras nunca foram entregues. 

Segundo o vídeo de Rigo, Edson também seria sócio de Uemura no Cassino Amambay, em Pedro Juan Caballero, Paraguai. A atividade comum pode ser indício de esquema de lavagem de dinheiro. 

Em retribuição ao financiamento da campanha ao governo, Zeca entregaria a Uemura e família a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública.

Rigo aponta o deputado Londres Machado (PR) como o intermediário dos contratos superfaturados da Construtora Vale Velho. Londres não foi localizado pela reportagem do iG. 

“Quem defendia os interesses do Edson no governo Zeca era o Londres. Só que ele pegava as obras e não fazia”, acusa Ary Rigo. 

Zeca do PT declarou que o vídeo serve para mudar o foco do assunto. “Em meu governo nenhum parlamentar jamais representou empresas fornecedoras”.

Em sua defesa, Zeca argumentou que “a menção ao meu nome no caso é uma tentativa de mudar o foco das denúncias, que é o desvio de recursos do Poder Legislativo de MS [no valor de R$ 2 milhões] para o atual governador do Estado, André Puccinelli”.

A assessoria jurídica da coligação “Amor, Trabalho e Fé”, do candidato à reeleição e governador André Puccinelli, estuda uma representação contra Zeca do PT na Procuradoria da República, na Promotoria de Justiça e no Ministério Público Eleitoral.

Os advogados querem a representação por “envolvimento de Zeca e Tatiana com a máfia de Dourados, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, improbidade administrativa e uso de caixa dois”.

O argumento da representação é que a “suposta verba repassada por Uemura à campanha de Zeca não foi contabilizada na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral”, segundos os advogados.

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