Confira o que pensa o presidente do Movimento Contra a Morte Prematura, André Cairo, sobre a segurança pública em Conquista


Informe CDL- Como o Movimento avalia a situação de Conquista em relação à segurança pública?

André Cairo – Na história da Conquista nunca houve registros assustadores e preocupantes nos últimos 03 anos. Para se ter uma idéia, no ano passado, segundo OMS (Organização Mundial de Saúde), Conquista era a 88ª cidade mais violenta do Brasil e diante do aumento considerável deste índice, a tendência é chegar ao 1º lugar no ranking. Costuma-se dizer que a questão da segurança é obrigação de todos, porém, não vejo outra forma, em caráter de urgência, senão buscar solução para esta séria problemática, utilizando a força, “si vis pacens parabellum” (se queres a paz prepare para a guerra).  O Estado oficial não pode se tornar impotente diante do estado paralelo. Investindo à altura na Segurança Pública, com equipamentos, excelentes salários, iluminação pública, etc., e mais ainda na inteligência, os resultados positivos virão. A população já não suporta mais conviver com tanta insegurança diante da veracidade dos fatos, apesar de alguns esforços. Contudo, ao meu ver, as autoridades sabem melhor do que ninguém a solução eficaz. Quando o governador Jaques Wagner afirmou publicamente para a imprensa que o problema da segurança era o crack, fez-me questionar que o crack é quem governa a Bahia. Será preciso então um governador craque para governar o Estado? Existem apenas 750 policiais atendendo Conquista e Região, enquanto deveria haver 1.247 policiais somente para o município, segundo a Resolução da ONU. Se a solução contra a violência se efetivar a médio ou longo prazo, mais mortes prematuras ocorrerão. 

Informe CDL- Quem são as principais vítimas da violência?

André Cairo – Não existem pessoas livres da violência. As ocorrências registram assaltos, homicídios, tráfico de drogas, estrupos, dentre outros, de forma generalizada, nos quatro cantos da cidade, onde ninguém escapa.

Informe CDL- Como avalia a relação entre polícia e comunidade?

André Cairo – Infelizmente a comunidade ainda não despertou para compreender que não se generaliza uma corporação como violenta diante da atitude de um ou dois policiais. Portanto, a discriminação e o preconceito contra a Polícia é uma atitude indevida. Afinal, em 72 horas, sem a educação não haverá grandes problemas, sem a saúde, alguns óbitos ocorrerão, mas sem a segurança, a cidade se transforma em um pandemônio. Na realidade, a polícia em si, deve receber um bom tratamento da comunidade e vice-versa. Classifico o policial como um ser humano prestador de serviços como qualquer outro cidadão, que trabalha, estuda, forma, tem família, religião, etc., e se diverte.

CDL

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