Heliana Frazão
Especial para o UOL Educação
Em Salvador

Professores da rede baiana de ensino estadual e docentes da rede municipal de Salvador estão com as atividades suspensas nesta terça-feira, 27. Ambos os grupos reivindicam aumento salarial. No caso da capital, os professores pedem a apreciação pela Câmara Municipal, da proposta de reajuste da categoria encaminhada pelo prefeito João Henrique no último dia 21 de julho. Já os docentes estaduais exigem da Justiça celeridade no julgamento URV (Unidade Real de Valor). A categoria alega que por ocasião da criação do Real, em 1994, sofreu perda salarial de 11,98%.

Juntos, Estado e município atendem 1.250.000 alunos dos ensinos fundamental e médio, em 1.962 escolas.

Os professores da rede municipal querem a aprovação do reajuste que varia entre 11% e 17%. Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Educação no Estado da Bahia (APLB-Sindicato), caso o aumento salarial não seja aprovado na votação que deve acontecer nesta tarde, a categoria permanecerá com os braços cruzados e voltará a se reunir em assembleia na quinta-feira, 29, para discutir os rumos do movimento iniciado na segunda-feira, 26. “Os professores somente voltarão às salas de aula após aprovação do reajuste”, garante a diretora da APLB, Elza Souza.

Na tarde de ontem, os educadores deixaram a Câmara decepcionados. Não houve quórum suficiente para a realização da sessão ordinária, que requer em plenário pelo menos 14 vereadores. Apenas dois deles compareceram. A expectativa é de nesta tarde um número maior de vereadores esteja presente, assegurando a apreciação da matéria, como prevê e o líder do governo na Casa, Pedro Godinho.

De acordo com informações da assessoria de comunicação da Secretaria Municipal da Educação, Cultura, Esporte e Lazer (Secult), agora cabe à Câmara de Vereadores a aprovação do reajuste salarial, já que a mensagem do acordo firmado entre a Secult e a APLB Sindicato já foi enviada ao Legislativo. “O que cabia à secretaria já foi feito, agora é aguardar uma posição da Câmara”, informou a assessoria de Comunicação da Secult.

Já na rede estadual, a paralisação é por 24 horas. Pela manhã os docentes realizaram uma mobilização em frente à sede do Fórum Ruy Barbosa, no Campo da Pólvora, apesar da chuva que caiu no período. Além dos profissionais da educação da capital, também estiveram presentes professores do interior do Estado. Gritando palavras-de-ordem, eles cobravam agilidade na tramitação do processo, que transita na 6ª Vara da Fazenda Pública. Em abril o Estado recorreu da sentença, que já era favorável aos servidores.

De acordo com o diretor da APLB, Jorge Carneiro, “desde de junho de 2004 os professores aguardam pela liberação dessa diferença nos salários”, que ele considera justa. Foi naquele ano que a categoria ingressou com o processo na Justiça.

Segundo ele, no Estado, não se trata de greve, mas de paralisação definida desde a última assembleia da categoria, em junho. “No mês passado fizemos uma paralisação de 24 horas, agora realizamos outra, e temos uma terceira agendada para o mês de agosto, em data ainda a ser definida”. Entretanto, ele observa que o foco da terceira mobilização vai depender do que acontecer até lá. “Caso a Justiça decida julgar o processo a favor do pagamento, voltaremos a nossa pressão para o Estado”, destacou.

Tanto as secretarias de Educação do Estado, quanto da prefeitura, não souberam informar se há escolas funcionando.

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