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Fabrício Lopes | A TARDE

Jardineiro Lourival dos Santos mostra a rachadura na varanda de casa em Mutuípe

Jardineiro Lourival dos Santos mostra a rachadura na varanda de casa em Mutuípe

Depois de cinco casos de tremores de terra no município de Mutuípe (a 235 km de Salvador, na região do Vale do Jiquiriçá), em dois meses, permanece a incerteza sobre as causas do fenômeno. O motivo é a falta de informações pela ausência de uma estação sismológica na Bahia. Atualmente, o monitoramento é feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) ou pela Universidade de Brasília (UNB).

O prefeito de Mutuípe, Antônio Felipe Evangelista Neto (PT), garante que entrou em contato com o Laboratório Sismológico da UFRN para que técnicos façam um estudo na cidade. “A ideia é, em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), fazer uma visita à região e avaliar a área. A Secretaria de Obras do município, sempre que é acionada, visita as casas com avarias e a Secretaria de Ação Social faz avaliação dos danos. Assim poderemos buscar verbas porque a prefeitura não tem recursos destinados para esses casos”, assegura.

O jardineiro Lourival dos Santos, 60 anos, conta que o último tremor de terra fez rachar a parede e o muro da varanda da casa dele, no bairro Alto da Cajazeira. “Reforcei o reboco com cimento, mas não sei se estou seguro. A gente  dorme pensando se a terra vai tremer de noite, mas não sei o que fazer”, lamenta.

As dúvidas do jardineiro permanecem sem respostas e a solicitação do prefeito não teve êxito, já que, de acordo com o coordenador do Departamento de Sismologia da UFRN, Joaquim Mendes Ferreira, “não há como dizer quais são os motivos e nem  a dimensão do fenômeno porque não estivemos no local para avaliar”.

O sismólogo descarta somente a ocorrência de abalos tectônicos. “Aparentemente, a área atingida é muito pequena. Os tremores não foram causados por movimentos das placas tectônicas, porque esses atingiriam áreas muito maiores”, explica.

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