Jamile Amine, Cristina Santos Pita e Valmar Hupsel Filho | A TARDE
Depois de cinco casos de tremores de terra no município de Mutuípe (a 235 km de Salvador, na região do Vale do Jiquiriçá), em dois meses, permanece a incerteza sobre as causas do fenômeno. O motivo é a falta de informações pela ausência de uma estação sismológica na Bahia. Atualmente, o monitoramento é feito pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) ou pela Universidade de Brasília (UNB).
O prefeito de Mutuípe, Antônio Felipe Evangelista Neto (PT), garante que entrou em contato com o Laboratório Sismológico da UFRN para que técnicos façam um estudo na cidade. “A ideia é, em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), fazer uma visita à região e avaliar a área. A Secretaria de Obras do município, sempre que é acionada, visita as casas com avarias e a Secretaria de Ação Social faz avaliação dos danos. Assim poderemos buscar verbas porque a prefeitura não tem recursos destinados para esses casos”, assegura.
O jardineiro Lourival dos Santos, 60 anos, conta que o último tremor de terra fez rachar a parede e o muro da varanda da casa dele, no bairro Alto da Cajazeira. “Reforcei o reboco com cimento, mas não sei se estou seguro. A gente dorme pensando se a terra vai tremer de noite, mas não sei o que fazer”, lamenta.
As dúvidas do jardineiro permanecem sem respostas e a solicitação do prefeito não teve êxito, já que, de acordo com o coordenador do Departamento de Sismologia da UFRN, Joaquim Mendes Ferreira, “não há como dizer quais são os motivos e nem a dimensão do fenômeno porque não estivemos no local para avaliar”.
O sismólogo descarta somente a ocorrência de abalos tectônicos. “Aparentemente, a área atingida é muito pequena. Os tremores não foram causados por movimentos das placas tectônicas, porque esses atingiriam áreas muito maiores”, explica.