O ex-ator Guilherme de Pádua, condenado pelo assassinato de Daniella Perez, em 1992, disse que beijaria os pés da mãe da vítima, Glória Perez, e deixaria que ela batesse nele se tivesse a oportunidade de um encontro. Ele deu uma entrevista à revista “Viver Brasil”, com circulação em Minas Gerais.

“Já sonhei com esse momento. Acho que beijaria os pés dela, deixaria ela me bater. Eu ia ter para dizer para ela que o mesmo Jesus que consegue salvar um criminoso e fazer a vida dele ter sentido, é o mesmo que faz uma mãe que perdeu a filha fazer coisas maravilhosas”, disse Pádua, acrescentando que “o mundo precisa de perdão”.

Em liberdade desde 1999 e funcionário da Igreja Batista da Lagoinha, em Belo Horizonte, Pádua encheu a entrevista de referências à crença evangélica, à qual se converteu na prisão. Questionado se a vida que levava foi o principal motivador do crime, concordou: “Acho que sim (…) Só queria saber de mulherada, droga, gandaia”.

Assim como havia feito em entrevista ao “Programa do Ratinho”, do SBT, em 8 de abril, Pádua se negou a dar detalhes do crime.

Ele repetiu que foi ameaçado pelo Twitter de ser processado se citasse o caso e que recebeu uma correspondências dos advogados de Glória Perez com um alerta oficial de que não pode falar sobre o crime. O ex-ator disse, no entanto, que tem informações que “para a maioria das pessoas seriam fatos novos” e que só a versão da acusação ficou conhecida.

Ele fez mistério sobre novidades do crime no livro que sua atual mulher, Paula Maia, que conheceu na igreja, acaba de lançar: “Que Amor é Esse? A história Real de Guilherme de Pádua”. “Talvez tenha coisas que você não está esperando. É igual a um filme, não posso contar o final”.

Reclusão

Pádua disse sentir falta de não poder sair, sob o risco de ser hostilizado pela população. “Minha esposa não vai a um restaurante quase nunca. Muitas vezes falo para ela ir com o pessoal. Eu evito bem”. Ele disse ter vontade de ter filhos com a atual mulher, mas teme que a criança sofra. “Imagina as outras criancinhas falando, os adultos. O ser humano gosta de pisar”.

Ele declarou ainda que pensa muito em mudar de país, mas teme ir de forma ilegal. “Conhecemos gente que vai até com coiote, mas sei que se for eu, alguém vai descobrir e vai dar zebra. Para mim, o ideal seria morar em outro país, que já daria uma aliviada boa”, afirmou.

Apesar da reclusão, o ex-ator diz se considerar feliz porque aceita “que essa vida é passageira”. Ele contou não saber como medir se pagou o que tinha que pagar. “O que sei é que o que a lei mandou eu fazer, eu fiz (…) Os erros que a gente cometeu na vida, as pessoas que magoamos, como medir isso?”.

Fonte: Folha / Gospel+

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