Abril

Supostos militantes islâmicos atacaram duas mesquitas com milhares de fiéis de uma seita minoritária na parte oriental do Paquistão nesta sexta-feira (28), fazendo reféns e combatendo a polícia. Segundo autoridades locais, cerca de 80 pessoas morreram e outras 80 ficaram feridas no pior ataque da história contra a facção Ahmadi.
Os ataques aconteceram na segunda maior cidade do país, Lahore, capital da província do Punjab, e foram realizados por ao menos sete pessoas, incluindo três homens-bomba. Dois militantes foram capturados e os outros foram mortos. Em certa altura, um pistoleiro atirou contra a polícia de uma torre.
A ofensiva desta sexta aconteceu nos bairros Cidade Modelo e Garhi Shahu. No primeiro, o assalto foi relativamente breve, envolvendo quatro militantes com armas de fogo e granadas de mão. No segundo, o ataque durou cerca de quatro horas.

O canal de TV Geo anunciou que o braço do Talibã no Punjab reivindicou responsabilidade pelos ataques. No entanto, a polícia não conseguiu verificar a autoria.

Líderes muçulmanos acusam os ahmadis de desafiar o princípio básico do Islã, de que Maomé era o último profeta, argumentando que o líder era mais um salvador.

É uma das primeiras vezes que militantes utilizam armas junto de equipes suicidas e fazem reféns em um ataque coordenado contra minorias religiosas no Paquistão. Muçulmandos xiitas foram as primeiras vítimas de atentados suicidas e assassinatos individuais em anos, embora cristãos e ahmadis também têm sofrido violência.

A antiga ameaça a minorias religiosas no Paquistão, de maioria muçulmana, agravou-se quando os extremistas sunitas do Talibã e da Al-Qaeda se espalharam.

Sob pressão de muçulmanos linha-dura, o governo do Paquistão declarou, em 1970, que a seita era uma minoria não-muçulmana. Os ahmadis são proibidos de participar de práticas muçulmanas, como recitação de orações islâmicas.

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