do A Tarde

 

 “Método carlista de governar é gastar R$ 109 milhões em propaganda enganosa”, rebateu Geddel

As declarações do governador Jaques Wagner (PT) ao programa Canal Livre, transmitido no domingo à noite pela TV Bandeirantes, de que os métodos do PMDB baiano “são muito similares” aos utilizados pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães (DEM) e que o governo passado não se empenhou em pleitear em Brasília recursos para infraestrutura, deixaram irados o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) e o ex-governador Paulo Souto (DEM), ambos adversários de Wagner na disputa eleitoral pelo governo da Bahia.

No seu estilo bateu-levou, o ex-ministro Geddel devolveu a comparação feita pelo petista dizendo que “método carlista de governar é gastar R$ 109 milhões em propaganda enganosa, como mostrou reportagem da Folha de S.Paulo, e destinar apenas R$ 26 milhões para a segurança pública”.

 

Para Geddel, o governador se parece mais com uma “figura camaleônica”, que tem um discurso para cada ocasião. “Me surpreende esta declaração de Wagner, agora, porque, quatro anos atrás, quando ele queria o PMDB com ele, os meus defeitos e qualidades de homem público ele já conhecia e não fazia restrições”, reagiu.

Segregador – Na entrevista, o governador Jaques Wagner diz que o legado eleitoral carlista está vinculado ao ex-governador Paulo Souto, ao senador ACM Jr. e ao deputado federal ACM Neto.

“A identidade do senador está no DEM, e o método está com o PMDB baiano”, sentenciou Wagner, para, em seguida, sem citar o nome do ex-ministro da Integração, dar um exemplo: “Faço obras em todas as prefeituras. Já o ministério comandado pelo PMDB segrega muito, exige fidelidade eleitoral. São métodos que se assemelham muito (com o carlismo). É uma forma de fazer política mais do constrangimento. Para ele (Geddel), só se faz para os amigos. Ele nem fala do presidente Lula, ele fala: ‘Eu é que estou trazendo’”.

Wagner também disse que Geddel tornou-se ministro porque avalizou seu nome perante o presidente Lula. “Eu recomendei”, afirmou o petista, ao que Geddel devolve: “O aval dele foi para alguém que ele considera sério e competente para o bem da Bahia e do Brasil, ou foi o aval para qualquer um desde que atendesse aos interesses dele (se eleger)?”.

Por último, o ex-ministro lembra que Wagner convidou para sua aliança o ex-vice-governador carlista Otto Alencar (PP) e que lutou “sofregamente” para atrair um outro carlista, o senador César Borges (PR), que acabou aderindo à sua campanha.

Contraditório – O ex-governador Paulo Souto (DEM) disse que as opiniões do governador Jaques Wagner em relação ao carlismo  são “contraditórias” e “sem coerência”, porque o petista se lançou em fazer “cooptação” de prefeitos e lideranças para se reeleger, sem se preocupar com “origem e identidade” política desses políticos. “Ele que me desculpe, mas não tem nenhuma legitimidade para criticar o que ele condena e o que imagina que foi feito no passado”, disse o democrata.

Souto reagiu, ainda, às críticas do governador em relação à sua gestão. Wagner disse que Souto, talvez intimidado pelo jeito agressivo de fazer política do senador ACM, esteve pouco em Brasília pleiteando recursos no governo Lula, e atribuiu a ele, quando ministro, gestões perante Banco do Brasil e Caixa para liberar os recursos para o metrô e para o emissário submarino.

“As instituições emprestaram porque o Estado tinha credibilidade junto a todos os bancos, tinha as contas em dia e era cumpridor de suas obrigações. Não foi por conta de gestões”, respondeu o democrata.

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