Rita Conrado/ A Tarde

Arnaldo de Jesus/CMS/Divulgação

Sem representantes da prefeitura, vereadores participaram de audiência para discutir os decretos

Sem representantes da prefeitura, vereadores participaram de audiência para discutir os decretos

O secretário municipal  de Habitação e Meio Ambiente (Sedham), Antônio Abreu, foi exonerado na quarta-feira, 12, pelo prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) em meio à reação pública aos decretos municipais que tornaram  passíveis de desapropriação uma área superior a cinco milhões de metros quadrados em Salvador. O novo titular da Sedham é Paulo Damasceno,  mestre em arquitetura e urbanismo.

“O prefeito  vai formar um quadro técnico”, assinalou o secretário de Comunicação André Curvello, que atribuiu a demissão a questões pessoais. A saída de Abreu, no entanto, já era prevista na Câmara de  Vereadores, durante audiência pública convocada para discutir as desapropriações, no início da manhã, quando ainda não se sabia da publicação da exoneração no Diário Oficial. “O prefeito costuma transferir os desgastes políticos para os auxiliares”, previa, cedo, o líder da oposição, Gilmar Santiago (PT).

Estratégia – “A mobilização da oposição não gera pressão na prefeitura, que trabalha sério pelo bem-estar da sociedade”, disse o secretário de Comunicação. “Estamos em ano eleitoral, e são muitos os interesses políticos”, disse.  Mas a confirmação da demissão do secretário de Habitação, no final da manhã, foi vista pela oposição como a “comprovação da velha estratégia” do prefeito João Henrique.

“O secretário faz e o prefeito chancela. Se colar, colou”, disse a vereadora Olívia Santana (PCdoB), referindo-se à publicação dos decretos. “Quando se sente pressionado, o prefeito volta atrás nas decisões ou passa a responsabilidade para os secretários”, assinalou Gilmar Santiago,  para quem  a “gestão de Antônio Abreu foi um desastre”.

A ausência de representantes do Executivo à audiência pública, da qual participaram o Instituto dos Arquitetos do Brasil e a Conselho Nacional das Cidades, mereceu críticas dos participantes, a maioria representantes de associações de bairros de Salvador, e culminou no agendamento de protesto a ser realizado no dia 19 de maio, em frente à sede da prefeitura, exigindo a instalação imediata do Conselho Municipal da Cidade. O protesto será estendido ao Ministério Público Estadual. “É preciso cobrar agilidade do Judiciário”,  disse a vereadora Aladilce Souza (PCdoB).

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