Meire Oliveira e Samuel Lima l A TARDE
Segundo a delegada Francineide Moura, titular da Delegacia de Homicídios (DH), os avós do bebê R.P.F., que foi abandonado em um carro, na segunda-feira, 10, são procurados pela Justiça de São Paulo. André Donizetti Frias, 41, é condenado por roubo e acumula passagens pela polícia desde 1989, em delegacias da Grande São Paulo e de Bragança Paulista – por acusações de tráfico de drogas, receptação de produto de roubo e porte ilegal de arma.
Já a avó, Valquíria Pedreira dos Santos, 40, também tem passagem por tráfico de drogas – foi presa em 1993 e 1998, por investigadores paulistas do 81º DP (Belém) e 4º DP (Mauá). “Está tudo muito obscuro ainda. Não sabemos o que houve com Camila (a mãe do bebê), e qualquer coisa que for dita agora não passará de especulação”, concluiu a titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Criança e o Adolescente (Dercca), Laura Argolo.
R.P.F, de apenas 1 ano e um mês, foi abandonado em circunstâncias ainda desconhecidas dentro de um veículo Ford Ecosport prata, placa HCL-4189, na área externa do estacionamento do Condomínio Paralela Park, às 21h35 de segunda-feira. Após denúncia de uma moradora, a polícia encontrou o bebê, que foi deixado ao lado da certidão de nascimento, da carteira de identidade da mãe, Camila Pedreira Frias, 20 anos, e de uma sacola com mamadeiras e roupas.
A moradora que, minutos antes, tinha visto um homem sair do carro e ser levado na garupa de uma moto, achou a situação estranha e ligou para a polícia. Ao chegar ao local, os agentes encontraram o carro (com licença de São Paulo-SP), com as janelas abertas, faróis acesos e a criança acordada no banco traseiro. R.P.F nasceu em Mauá (Grande São Paulo) e foi registrada somente pela mãe, também oriunda daquele município.
Entre documentos, pertences da criança, um pote de lenço umedecido, uma garrafa de água mineral e farelos de biscoito, um tíquete do pedágio do Consórcio Litoral Norte (CLN) revelou que o veículo passou pela Estrada do Coco na madrugada do último domingo. O pequeno R.P.F. não chorava e só tinha marcas de picadas de insetos nas pernas.