Juscelino Souza | A TARDE

Marinalva Brito afirmou ter entregue a filha por R$ 100,00

Sustentada por medicamentos neurológicos e mergulhada em dificuldades financeiras, a lavradora Marinalva Brito Gonçalves, 38 anos, recorda com saudades da filha recém-nascida que ela entregou a um casal de Ipatinga, interior de Minas Gerais, em trocade R$100. O dinheiro,d e acordo com a mulher, foi entregue pela vereadora Bete, a mando do casal, para ela “tomar um cafezinho”. Mãe de dois filhos menores de idade, Marinalva deu à luz um terceiro em 3 de abril de 2008, no Hospital São Vicente (Santa Casa de Misericórdia) em Vitória da Conquista.

A menina foi chama da pela mãe biológica de Gabriele, mas logo ganhou novo nome e novos pais. “Só vi minha filha no dia em que nasceu, aí entreguei para a vereadora Bete e ela entregou ao casal de Ipatinga. Nem sei onde fica esse lugar, nunca mais tive contato com a menina”, relata a lavradora.

“Eu dei porque não tinha condições de criar. Sei que fui desnaturada, mas não me arrependo”, prossegue. As crianças retiradas das mães pela vereadora eram, em seguida, encaminhadasa casais interessados. Durante atendimento na unidade de saúde, aconteceu a abordagem a Adeides Santos. De posse do prontuário, Bete soube que ela tinha problemas cardíacos e convenceu a mulher a ceder a criança. Grávida de oito meses, Adeides acabou por entregar a filha, nascida em Vitória da Conquista, recebendoemtroca apromessa de ajuda para realização de laqueadura e do tratamento do coração. O casal Edmilson e Carolina Quartero registrou a criança, declarando que a meninanasceunazonarural.

Todos foram indiciados, incluindo a mãe biológica.

Compartilhe