WENDELL ROELF – REUTERS

A polícia sul-africana interceptou um plano elaborado por partidários da supremacia branca para instalar explosivos em municípios predominantemente negros, informou o ministro da Polícia nesta quinta-feira. O incidente ocorre um mês depois do assassinato de um proeminente separatista branco.

 O ministro Nathi Mthethwa também prometeu que os extremistas não atrapalharão a Copa do Mundo, que começa em junho e deve atrair 300 mil estrangeiros ao país.

 Dezesseis anos depois do fim do apartheid, a maior economia da África ainda luta para superar as divisões raciais, principalmente em comunidades rurais.

 

As tensões surgiram novamente no mês passado quando o líder separatista Eugene Terre’blanche foi assassinado em sua fazenda durante uma aparente disputa salarial com funcionários. No início, membros do Movimento de Resistência Afrikaner fizeram ameaças de vingança, que posteriormente foram retiradas.

“A polícia vasculhou diversas áreas e algumas pessoas tinham depósitos de armas e munição, parafernália”, disse Mthethwa a jornalistas sobre as operações surpresas no mês passado.

“Em Pretoria, por exemplo, algumas pessoas foram presas por planejarem… o teste de alguns explosivos em qualquer município negro”, disse Mthethwa.

Mthethwa, que se negou a dar maiores detalhes de como as pessoas foram detidas ou sobre seus alvos, disse que alguns acreditavam em uma “volkstaat”, ou república, só branca.

Em 2002, o então presidente Thabo Mbeki culpou extremistas por 10 explosões que mataram uma mulher e feriu mais duas pessoas. Nove bombas explodiram em Soweto, maior município negro da África do Sul.

Mthethwa afirmou que os extremistas não eram uma ameaça ao Estado e que não haveria tumultos durante a Copa do Mundo. “Ninguém irá atrapalhar a Copa do Mundo, eles não farão isso porque estamos monitorando tudo no país.”

(Reportagem de Wendell Roelf)

Estadão

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