O anúncio na loja oficial do Corinthians, no Parque São Jorge, diz que o ano de 2010 “vale por cem”, em referência ao centenário do clube. A torcida aguardou com ansiedade pelo início da Libertadores, com a esperança de, por fim, conquistar o torneio.
Os corintianos sabem que se vencerem a Libertadores neste ano entrarão para a história. Sabem, também, que a eliminação do torneio acabará com a festa no ano do centenário e pode gerar uma caça as bruxas no clube. Ciente disso, o técnico Mano Menezes tenta tirar o peso de uma possível desclassificação diante do Flamengo.
– Não acho que o Corinthians jogue contra o Flamengo um trabalho de cem anos. Dizer isso é uma tentativa de tornar as coisas mais dramáticas.
Há no Corinthians um receio velado de uma revolta da torcida em caso de uma eliminação. Na memória recente estão as cenas da tentativa de invasão do Pacaembu, em 2006, quando a equipe foi derrota pelo River Plate, da Argentina, e disse adeus à Libertadores daquele ano. Perguntado se temia uma nova revolta da torcida, Mano respondeu:
– Acho que esse episódio tem que ser visto como uma exceção. Está na hora das pessoas passarem a ver o futebol como algo que se perde e se ganha.
A diretoria do Corinthians já disse que uma possível eliminação para o Flamengo não vai mudar o planejamento no clube. Mário Gobbi, vice de futebol do Corinthians, disse que não se pode “julgar um trabalho de mais de dois anos por um jogo”. O dirigente afirmou que não haverá demissões nem dispensas em caso de que o sonho de vencer a Libertadores seja estragado pelos flamenguistas