Um rastro de sangue evidenciou a agonia vivida por uma família, na manhã de ontem. Por volta das 5 horas, o comerciante Adailton Santos da Cruz, de 32 anos, foi assassinado a 20 metros de casa, na Rua São Lourenço, próximo à Igreja Universal de Areia Branca. Os seis tiros foram disparados por quatro homens encapuzados a bordo de um veículo prata, de dados ignorados. Adailton morreu dentro do próprio carro, um Celta de placa JSF 0337. A mulher dele, Juliana Maria da França Silva, que também estava no veículo, foi atingida por dois tiros e encaminhada ao Hospital Menandro de Farias.

A rotina de trabalho da vítima, como vendedor de abacaxi na feira da Ceasa, foi interrompida ontem. Conhecido na região como “Carrapa”, Adailton, como de costume, saiu de casa com a esposa às 04h30 e parou na esquina da rua para esperar um colega de trabalho, que pegava carona com ele diariamente. Enquanto aguardava a chegada do amigo, quatro homens se aproximaram e dispararam contra o casal. Adailton recebeu seis tiros na região da cabeça e a esposa foi baleada na perna e nas nádegas.

Após o crime, os atiradores fugiram sem deixar pistas. Um dos primeiros a chegar ao local e prestar socorro às vítimas foi Antônio Carlos Lacerda, de 39 anos, primo do comerciante. Segundo ele, Adailton já estava sem vida e Juliana gritava desesperadamente. “Quando cheguei, havia muito sangue. Coloquei meu ouvido nas costas dele e vi que não respirava mais. Juliana estava descontrolada e nem queria ir para o hospital. Tive que carregá-la para dar socorro”, contou o também comerciante.

O desespero de uma mulher ao ver o marido sem vida foi comentado pela população, que parecia perplexa diante do fato. Nascido e criado em Areia Branca, Adailton era querido no bairro e, segundo moradores, não possuía vícios e nem inimigos. Irmãs e cunhados do comerciante compareceram ao local do crime para reconhecer o corpo e entraram em desespero. Uma irmã de Adailton sentiu-se mal e desmaiou sentada na calçada da rua. A filha do casal, uma menina de seis anos de idade, ainda não tinha sido informada da perda do pai.

Segundo informações do soldado Jaime Andrade, da 52ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), nenhum pertence da vítima foi levado pelos assassinos, o que descarta a possibilidade de latrocínio. “Uma das maiores suspeitas é que o crime tenha sido cometido por vingança, mas o motivo só uma investigação dirá”, explicou. Policias da 23ª Delegacia, em Lauro de Freitas, afirmaram que Adailton não tinha passagens pela polícia. Ao receber a notícia da morte do filho, a mãe da vítima foi internada com complicações cardíacas. Juliana passou por cirurgia e não corre risco de morte.

Tribuna da Bahia

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