O café faz parte da história do Brasil, gerando desenvolvimento em muitas regiões. No presente, é uma das bebidas mais consumidas e por consequência uma das culturas agrícolas de maior expressão.

Na maioria das zonas produtoras de cafés no país, este destacado setor tem passado por diversos desafios nas áreas que mais preocupam o setor agrícola, sendo a ambiental, social, financeira e profissional. Na esfera ambiental, radicionalmente se plantava café em montanhas, sendo hoje o maior entrave para continuar os cultivos nestas áreas.
No âmbito social, a cafeicultura emprega muita mão-de-obra, chegando a cerca de 50 % do custo de produção em regiões como Minas Gerais e São Paulo, conforme recente pesquisa da P&A Consultoria e divulgada no Jornal Valor Econômico. Diante dos conhecidos problemas trabalhistas e os altos custos, há necessidade de redução de mão-de-obra como alternativa para o cafeicultor continuar na atividade.

Sob o ponto de vista financeiro, o setor continua vivendo uma fase de baixos preços, com remuneração insatisfatória. Diante de margens apertadas, a produção em escala se faz necessária, o que demanda aumento de produtividade e expansão de áreas, sendo uma limitação para uma atividade predominantemente de pequena propriedade.

No aspecto profissional, conviver nesta realidade citada exige competência e habilidade para encontrar alternativas que permitam ao cafeicultor permanecer na atividade. Porém, é sabido que esta área no meio rural ainda está carente, sobretudo em produtores de pequeno porte que não recebem suporte necessário para a devida qualificação como gestor rural.

No entanto, uma realidade singular é vivenciada com a cafeicultura do Oeste da Bahia, em que as condições locais e a pouca idade nas explorações agrícolas permitiram a implantação de um setor adequado a legislação ambiental brasileira. Pelo porte dos empreendimentos e o alto índice de mecanização, permite uma gestão da mão-de-obra mais eficiente que em outras regiões e devidamente acompanhada por constantes fiscalizações do Ministério do Trabalho.

Esta realidade regional é dinâmica e por sua vez exige alto nível de profissionalismo para continuar sendo cafeicultor. Embora as produtividades sejam as maiores do país, os investimentos são elevados, exigindo gestão eficaz em todas as fases da atividade. Mas estes desafios são superados por preparados empresários do café, que há uma década e meia iniciaram os cultivos, com experiências de produção e gestão de outras realidades.

Esta qualificação é reconhecida por importantes compradores internacionais como illy, Eisa, Outspan, Sara Lee e outros, que participam do fortalecimento desta moderna cafeicultura.

A preocupação com a qualidade é constante, sobretudo em 2010 que a região terá a oportunidade de colher uma das melhores safras dos últimos anos, em termos de volume e padrão do produto. Diversas ações estão sendo desenvolvidas para melhorar a qualidade, em especial aos cafeicultores ligados a Abacafé, Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia.

Eleito 2010 como o ano da qualidade, a região está se reestruturando quando a mudanças tecnológicas nas etapas de pós-colheita e preparação das equipes envolvidas nestes trabalhos. Treinamento de pessoal e discussões entre cafeicultores sobre melhorias de processos não exigem grandes investimentos, mas promovem grandes inovações e estes são segredos de sucesso no campo da gestão.

Gestão que vem sendo acompanhada por uma das mais renomadas escolas de negócios do mundo, a Fundação Dom Cabral. Além da qualificação teórica, acompanhamentos individuais são realizados, permitindo inédito sistema de benchmark do setor.

Buscando “a união para um bom café”, slogan deste ano da Abacafé, a entidade está galgando importantes passos nesta reestruturação. Com ações conjuntas de promoção do segmento regional, incluindo a busca pela indicação geográfica deste café, a moderna e dinâmica cafeicultura do Oeste da Bahia passa por novos passos em sua consolidação.

Ivanir Maia – Diretor Executivo
Abacafé – Associação dos Cafeicultores do Oeste da Bahia

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