Sábio por excelência, Jesus perpetuou sua obra quando encarregou a continuidade dela à igreja. Ele disse: “Edificarei a minha igreja” (Mt 16:18). Daí depreendemos que Jesus é quem edifica a igreja; a obra de edificação ainda continua; a igreja é de Jesus (minha igreja).

O apóstolo Paulo assimilou tão bem o pensamento de Jesus quanto à igreja que, obediente à voz do Espírito Santo, foi por toda parte pregando o evangelho, fazendo discípulos e plantando igrejas. Isto é sobejamente relatado no livro de Atos, fazendo-nos arder o coração pela obra missionária. Sabemos que os demais apóstolos também fizeram o mesmo, pois entendiam ser esta a estratégia de pregar o evangelho a toda a criatura.

Ainda hoje temos o enorme e delicioso desafio de plantar igrejas em nosso país. No sertão, nas regiões ribeirinhas da Amazônia, nas tribos indígenas, de norte a sul, de leste a oeste, em toda parte. Mas quero destacar o desafio de plantar igrejas nos grandes centros de nossa nação.

O povo mudou-se para as cidades…
A realidade do Brasil-rural da primeira parte do Século XX mudou-se radicalmente com o êxodo do campo para os grandes centros. A concentração de pessoas nas grandes cidades chega a índices antes inimagináveis. É importante pregar no sertão, nas regiões ribeirinhas, mas não podemos ignorar que as pessoas hoje moram, em sua maioria, nas cidades grandes.

Multidões de solitários. Pessoas se esbarram nas outras, mas não conversam, não fazem amigos, vivem sós. O medo da violência e o individualismo fizeram com que as famílias cada vez mais se fechassem e se isolassem. Sem esperança, milhões de brasileiros morrem sem Jesus nos grandes centros.

O desafio das favelas
Com o êxodo rural e o desemprego no campo, muitos foram para as cidades grandes sem expectativas, em busca de um sonho que muitas vezes não se realizou. Foram para regiões periféricas, e no amontoado de barracos formaram-se as favelas, onde moram muitas famílias honradas, gente séria, honesta e trabalhadora, porém reféns do submundo do crime e submissas às leis do tráfico e da marginalidade. Gente amada por Deus. Pessoas por quem Jesus morreu e que precisam de salvação. Graças a Deus, muitas igrejas já têm sido plantadas nas regiões marginalizadas das grandes cidades, mas ainda há desafios enormes para os discípulos de Jesus. Precisamos plantar igrejas nestas comunidades.

O desafio das áreas nobres
Outra realidade, tão difícil ou mais, são os condomínios de luxo, os prédios inacessíveis, e as pessoas ricas que por vezes se acham autosuficientes, mas que no seu íntimo sentem medo da morte, não têm esperança e são infelizes. A igreja por muito tempo discriminou os ricos, pregando o evangelho apenas aos pobres. Jesus não fez distinção de pessoas. Amou ricos e pobres. Evangelizou ricos e pobres. Morreu por ricos e pobres. Edifica sua igreja para ricos e pobres.

As regiões mais nobres dos grandes centros são verdadeiros vazios batistas. Os imóveis são caríssimos, e o custo de um projeto na zona nobre é muito mais alto que na periferia. As pessoas são mais frias e menos acessíveis, mas uma vez confrontadas pelo evangelho e tocadas pelo Espírito de Deus poderão entregar suas almas a Cristos e encontrar o real sentido da vida. Uma igreja plantada com visão missionária num bairro de classe média alta poderá ser uma grande alavancadora da plantação de novas igrejas em todo o Brasil e no mundo.

O desafio de fazer missões nos postos de trabalho
Precisamos ter missionários em todos os bancos, em todos os hospitais, em todas as escolas, em todos os comércios, em todos as fábricas, em todas as repartições públicas, enfim, é preciso que cada crente batista reconheça sua missão de evangelizar e discipular e seja um missionário em seu local de trabalho, levando pessoas a Jesus.

Eis um grande desafio para todos os batistas e todas as igrejas, prepararem-se para o cumprimento da missão, assumirem o compromisso missionário, moverem-se de paixão pelas almas perdidas e anunciarem o evangelho em seus postos de trabalho, no ônibus, no metrô, no condomínio, na escola, onde quer que esteja. Não é preciso formação de seminário para falar de Cristo e ganhar almas. Seja um missionário!  

A Convenção Batista Brasileira aprovou o projeto de iniciarmos 5.000 novas frentes missionárias, tendo em vista a plantação de novas igrejas, até dezembro de 2012. Os grandes centros são os maiores desafios. Grande desafio. Nosso desafio. Mas o Senhor prometeu: “eis que estou convosco todos os dias”. Então, vamos avançar!

Por Pr. Samuel Meira Moutta
Gerente Executivo de Expansão Missionária da JMN

JMN

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