Ao participar da cerimônia de encerramento da 66ª Conferência Nacional da Educação (Conae), o presidente Lula disse que seu governo revolucionou a educação brasileira. Com elogios ao ministro da Educação, Fernando Haddad, Lula fez críticas aos governadores contrários ao piso salarial dos professores e ainda voltou a ironizar a Justiça eleitoral.

“Ouso dizer que pusemos em marcha a revolução da educação brasileira. Vários são os números que comprovam o salto que demos em direção à universalização da qualidade da educação”, disse Lula, citando programas como o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e a aprovação de projetos que beneficiam o setor. Entre eles, a Emenda 29, que elimina os efeitos da DRU (Desvinculação das Receitas da União) para a educação, garantindo para o setor cerca de R$ 29 bilhões por ano em investimentos.

“O Fundeb recompôs o conceito de educação básica”, discursou o petista, destacando a realização de conferências educacionais em sua gestão. “Fizemos em oito anos mais conferências que todos os anos de todos os governos juntos.”

Lula criticou gestores públicos descontentes com aprovação, pelo Congresso, do piso salarial de R$ 1.024 para professores, à parte de eventuais gratificações. “Lamentavelmente alguns estados ainda não concordam. Não me conformo com alguém achar que é alto o piso de R$ 1.024 para uma professora que toma conta dos nossos filhos dentro da sala de aula”, disse o presidente.

Ironia

Lula iniciou sua fala de maneira irônica, referindo-se às recentes punições que lhe foram impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral por campanha eleitoral antecipada. “Eu vou ler o meu discurso, porque todo dia eu estou sendo multado. Daqui a pouco eu vou ter que trabalhar para o resto da vida para pagar as minhas multas. Eu vou me conter aqui.”

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Ao saudar parlamentares e ministros aliados, Lula deu notícia de mudanças na composição ministerial. “Eu transformei ontem [quarta, 31] todas as secretarias em ministérios”, disse Lula, sob aplausos de entidades estudantis e profissionais do setor, referindo-se à Secretarias Especiais de Políticas para as Mulheres, de Direitos humanos e de Promoção da Igualdade Racial.

O presidente disse ainda que Fernando Haddad “é uma dádiva para a educação”. “Ele humildemente ouve, e por ouvir é que nós fizemos o Prouni [Programa Universidade para Todos], o Reuni [Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais], o Fundeb, (…) essa pequena revolução que se iniciou na educação brasileira”, discursou Lula.

Diplomático, Haddad ressaltou a importância do Congresso para a consecução dos programas educacionais. “Nos propomos a ser tão somente a correia de transmissão entre o que os delegados eleitos decidirem aqui e o que o Congresso Nacional vai estabelecer no PNE”, declarou o ministro, também sublinhando o papel dos profissionais do setor. “Se queremos que a educação seja a prioridade número um do país, nós temos que contar com os trabalhadores em educação. São eles que vão fazer a mudança.”

Nesta edição com o tema “Construindo um Sistema Nacional Articulado de Educação: Plano Nacional de Educação (PNE), suas Diretrizes e Estratégias de Ação”, a conferência serve de espaço para debate e apresentação de propostas de aprimoramento da educação básica, superior, profissional, tecnológica e demais modalidades de ensino. Além das diretrizes para o sistema articulado de educação e para o PNE, o evento teve como objetivo a elaboração de estratégias para a implementação de ambos os projetos.

Congresso em Foco

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