A testemunha que vinha sendo listada como “surpresa” da acusação no julgamento do casal Anna Jatobá e Alexandre Nardoni é o renomado perito baiano Luiz Eduardo Carvalho Dórea. A informação anterior era que a quarta testemunha a ser ouvida nesta terça-feira, 23, seria um policial militar que esteve no local do crime pouco após o acontecido, em março de 2008. Trata-se, na verdade, do perito baiano. As informações são do portal G1. Espera-se que ele seja ouvido ainda nesta terça.


Segundo as informações divulgadas, o perito foi consultado pelo Ministério Público com relação ao laudo feito pela perita baiana Delma Gama a pedido da defesa. Carvalho Dórea teria encontrado, no documento entregue pela perita, trechos escritos por ele em um de seus livros e colocados ali em contexto diferente. A aposta da acusação é que o depoimento de Dórea possa desacreditar a análise dos advogados de defesa do casal Nardoni.

Dórea já foi diretor geral da Polícia Técnica da Bahia e trabalha atualmente na Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-BA). Tem, em seu currículo, livros lançados e costuma dar aulas a policiais técnicos de todo o Brasil. 

Segundo dia – O segundo dia do julgamento do caso Isabella Nardoni começou, nesta terça-feira, 23, por volta de 10h05, com mais de 1 hora de atraso, por conta da montagem das duas maquetes (do edifício London e do apartamento de Nardoni, de onde a menina caiu). A primeira testemunha a depor durante o dia foi a delegada Renata Helena Silva Pontes – comum à defesa e à acusação, que não havia terminado o testemunho até 12h30. Aos presentes no Fórum, a delegada disse ter indiciado o casal Nardoni pela certeza do envolvimento do casal na morte de Isabella.

No depoimento, o promotor Francisco Cembranelli pediu para que a delegada relatasse onde havia marcas de sangue visíveis no apartamento dos Nardoni. Ela respondeu que elas estavam na entrada do apartamento e no lençol do quarto dos filhos do casal. O restante das manchas – encontradas no carro e perto do sofá – só foram visíveis com o uso de reagente químico.

Os depoimentos seguirão com os testemunhos do médico legista Paulo Sérgio Tieppo Alves, da perita criminal Rosângela Monteiro, e do perito baiano Luiz Eduardo Dórea, que vinha sendo listado como testemunha surpresa da acusação, totalizando quatro testemunhas neste segundo dia de tribunal.

A previsão é que as testemunhas de acusação sejam ouvidas até o meio da tarde desta terça, de acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo. A defesa deveria começar a falar entre 16h e 17h e se estender até meio-dia de quarta, quando também estão previstos para começar os interrogatórios de Jatobá e Nardoni, acusados do crime. 

Em resposta à imprensa que faz plantão no Fórum de Santana, em São Paulo, o advogado de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, Roberto Podval, rechaçou a possibilidade de confissão do casal, nesta terça-feira, 23, quando chegava ao local para o segundo dia de julgamento do caso Isabella Nardoni, morta em 2008. Ele disse que não pode trabalhar com essa hipótese porque eles não são culpados. Podval disse ainda que pode pedir uma acareação entre a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, e seus clientes. 

O casal de acusados entrou no Fórum, no começo da manhã, por um acesso lateral, evitando os curiosos. Jatobá passou a noite na Penitenciária Feminina do Estado e Nardoni no Centro de Detenção Provisória (CDP). Na chegada do casal, a avó materna de Isabella, Rosa Oliveira, chamou Nardoni e Jatobá de “assassinos covardes”. Ela pediu que eles sejam condenados por 25 anos de prisão. 
Arquivo | AE

Na segunda, apenas a mãe da garota, Ana Carolina Oliveira, prestou depoimento, que durou cerca de 2h20 e foi marcado pela emoção. Ela falou sobre o ciúme que, segundo ela, Jatobá sentia dela e da filha. A defesa tentou adiar o julgamento, mas o juiz não permitiu.

EFE

Crime – Isabella morreu em março de 2008, após ser jogada do 6° andar do Edifício London, onde o pai morava. A acusação diz que Jatobá e Nardoni mataram a menina, que também foi esganada e agredida fisicamente.

O casal nega o crime e diz que uma terceira pessoa deve ter cometido o assassinato.

A Tarde

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