O jogador Adriano foi intimado a prestar depoimento à polícia para esclarecer a compra de uma moto dada de presente à mãe do traficante Mica, apontado pela polícia como chefe do tráfico de drogas da Favela da Chatuba, na Penha, no subúrbio do Rio, local onde o craque do Flamengo morou durante a infância.

O delegado Jader Amaral, da 22ª DP (Penha), responsável pelo caso, informou que o jogador deverá comparecer à delegacia na próxima quinta-feira (25), às 13h.

O craque teria comprado duas motos, em 2008, numa loja em Vicente Carvalho, subúrbio do Rio, avaliadas cada uma em R$ 35 mil.

O delegado disse ainda que Adriano deve receber a intimação até o fim desta terça-feira (23). O objetivo da polícia é ouvir o atacante para saber em quais circunstâncias a moto foi comprada e com qual finalidade ela foi dada de presente à Marlene Pereira, mãe do traficante. Contra Mica já foram expedidos sete mandados de prisão.

De acordo com Jader, caso seja confirmado que a moto foi usada para favorecer as ações do tráfico, o jogador e a mãe de Mica poderão ser indiciados pelo crime de associação com o tráfico. Para este tipo de delito, a pena varia de três a dez anos de reclusão.

“A princípio, o Adriano não é suspeito de nada. Dar uma moto de presente não é crime, mas é importante investigar as circunstâncias em que essa moto foi usada e com qual finalidade ela foi presenteada à mãe de um traficante”, disse o delegado.

Mãe de traficante falta a depoimento
Marlene Pereira, mãe do traficante Mica, faltou ao depoimento marcado para esta terça-feira (23), na 22ª DP. O delegado Jader Amaral informou que foi expedida uma nova intimação e um novo depoimento foi marcado para quarta-feira (24).

Além de Marlene, o amigo de Adriano, Marcos José de Oliveira, que teria comprado a moto, e o gerente da loja, onde o veículo foi comprado, também vão prestar esclarecimentos à polícia.

Jader Amaral explicou que caso Marlene não compareça pela segunda vez ao depoimento ela pode ser indiciada por omissão e associação para o tráfico.

Ministério Público pediu investigação
O Ministério Público do Rio pediu, na terça-feira (16), a instauração de um inquérito policial pela Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) para apurar “supostas práticas dos crimes de ação penal pública incondicionada” envolvendo o nome do jogador Adriano.

O craque do Flamengo teria comprado uma moto e registrado o veículo em nome da mãe de um traficante, conforme reportagem do jornal  ‘O Dia”.

O promotor de Justiça, Alexandre Murilo Graça, titular da 17ª Promotoria de Investigação Penal da 1ª Central de Inquéritos, considerou os fatos relatados na reportagem como “gravíssimos”.

Segundo a reportagem, as motos já não pertencem mais aos seus donos. O jornal mostra o documento do veículo revelando que Marlene, dez meses mais tarde, em 26 de maio de 2009, transferiu a moto que o craque comprou para um morador de Duque de Caxias.

G1

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