O ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido da defesa do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), para que ele permanecesse no hospital, ao menos pelos próximos dias, para se tratar de lesão coronariana constatada em exame realizada nesta quinta-feira.

Em sua decisão, o ministro considerou que o documento médico anexado ao pedido da defesa de Arruda não indica a necessidade de imediata e pronta hospitalização e demonstra apenas a orientação a ser seguida. Sobre o pedido de prisão domiciliar e de liberdade provisória, o ministro determinou que o Ministério Público seja ouvido.

AE
Arruda está preso
Arruda: 50% da artéria obstruída

No pedido, a defesa sustentou que o diagnóstico resultante constatou a presença de lesão coronariana, cujo tratamento e recuperação exigem, também de acordo com expressa orientação médica, “evitação de qualquer tipo de estresse emocional, atividade física aeróbica leve e manutenção de tratamento da depressão, exigências estas incompatíveis com o ambiente carcerário”.

O boletim médico divulgado também nesta quinta-feira, feito pelo Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (IC-DF), informou que o cateterismo a que o governador foi submetido identificou uma lesão arterial.

Para o presidente do departamento de Ecocardiografia da Sociedade Brasileira de Cardiologia, José Luiz Barros Pena, ouvido pela Agência Estado, é possível afirmar que, por meio do cateterismo, foi identificada uma lesão.

No entanto, sem a identificação do grau dessa lesão, não é possível afirmar se a obstrução é uma irregularidade comum a pessoas de idade avançada. Segundo Pena, a obstrução passa a ser considerada significativa a partir dos 50%. Arruda completou 56 anos em janeiro.

Se houver piora da repercussão da obstrução no funcionamento do coração de Arruda, após o uso dos remédios, os médicos, na avaliação de Pena, poderão optar por um tratamento que varia de prescrição de medicamentos até uma cirurgia.

José Roberto Arruda chegou ao hospital por volta das 7h10 de quinta-feira, e passou por um cateterismo. Desde que foi preso pela Polícia Federal por tentativa de suborno a uma das testemunhas do “mensalão do DEM”, esquema de corrupção que seria chefiado por ele, esta é a quarta vez que ele sai da prisão para se consultar com médicos.

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