VATICANO – Os recentes escândalos de abuso sexual infantil por parte do clero na Europa fariam parte de uma campanha contra a Igreja Católica, sugeriu ontem o Vaticano após novas acusações de pedofilia na Áustria. As denúncias somam-se a centenas de casos na Alemanha e na Holanda que envolvem, inclusive, o Papa Bento XVI quando era arcebispo de Munique (1977-1982). Em 2001, Joseph Ratzinger teria determinado a bispos manterem sob segredo casos de suspeita de abuso sexual.

( Padre condenado por pedofilia na década de 80 é suspenso por violar normas )

O fato levou o secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, a admitir que “houve uma redução na fé em todas as instituições, inclusive a Igreja”.

– A Igreja ainda desfruta de grande confiança por parte dos fiéis, só que alguém está tentando abalar isso – afirmou, sem citar diretamente os escândalos. – Mas a Igreja tem uma ajuda especial, de cima – completou.

Jornal publica pedido de desculpas de sacerdote

Recentemente, prelados importantes argumentaram que casos de pedofilia ocorrem também nas instituições seculares, e que a mídia está exagerando o problema da Igreja.

Na Áustria, a imprensa noticiou ontem que um crescente número de fiéis tem deixado a Igreja Católica por causa dos escândalos de pedofilia que chocam o país. Novas acusações surgiram na província do Tirol, onde cinco clérigos foram suspensos de um monastério que está no centro de um outro caso. Um jornal publicou um pedido de desculpas de um dos homens a seus ex-pupilos, dizendo: “Nunca quis ser um sádico.”

( Chefe dos bispos alemães pede ‘perdão’ e diz que Papa ficou ‘consternado’ com escândalos de pedofilia envolvendo sacerdotes )

O Vaticano negou no sábado que o Papa Bento XVI tenha tentado acobertar abusos, mas muitos alemães criticaram o Pontífice por não se pronunciar prontamente na sexta-feira depois de receber o chefe da Igreja Católica alemã, Robert Zollitsch, para discutir o tema. Após o encontro, Zollitsch disse que a Igreja está tomando medidas para investigar a série de acusações de abuso em instituições católicas, auxiliar as vítimas e impedir novos abusos.

O Globo

Compartilhe