Rádio Vaticano

Genebra (RV) – Cada vez mais países abolem a pena de morte, e os mais ativos adeptos estão tomando medidas para restringi-la, segundo especialistas que participam desde ontem do Congresso Mundial contra a Pena de Morte, em Genebra.
O 4.º Congresso Mundial contra a Pena de Morte está reunindo, por três dias, mais de 1.500 congressistas de 100 países, que debatem formas de convencer os países que ainda praticam a pena capital a adotarem leis abolicionistas.
Nas últimas décadas, os números registrados indicam que a cada ano, em média, quatro países, especialmente na África e na Ásia Central, abolem a prática.
Raphael Chenuil-Hazan é o diretor geral da organização “Juntos Contra a Pena de morte”, que organizou o Congresso, com o apoio do governo suíço e da Coligação Mundial contra a Pena de Morte. Em seu discurso, disse que “a pena de morte é uma aberração e estamos aqui para tentar convencer o maior número de países possível de que devem acabar com ela”.
Chenuil-Hazan referiu que, atualmente, 150 países são abolicionistas, se não na lei pelo menos na prática, mas 58 continuam a aplicar a pena de morte, 20 dos quais com execuções constantes: “Percorremos um longo caminho nos últimos 30 anos. Há três décadas, dois terços dos países aplicavam a pena capital. Hoje, a tendência inverteu-se e dois terços são abolicionistas. Mas há ainda um longo caminho a percorrer” – acrescentou.
Segundo ele, 90% das condenações e execuções de pena de morte no mundo verificam-se no Irã, Iraque, China, Estados Unidos, Arábia Saudita e Paquistão.
“Há uma nova tendência contra a pena de morte, e isso é uma novidade no mundo” – disse Mario Marazziti, porta-voz da Comunidade de Santo Egidio, movimento católico italiano que está na linha de frente da luta contra a pena de morte.
Marazziti revelou que 56 países continuam a executar pessoas, enquanto 141 não o fazem – sendo que 93 aboliram totalmente a pena de morte.
Desde 2007, Ruanda, Burundi e Camboja se somaram a essa lista, demonstrando que países que sofreram genocídios podem hoje renunciar às execuções.
Nos debates e mesas-redondas do Congresso, estão participando uma dezena de ex-condenados à morte. (CM)

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